quinta-feira, 3 de março de 2011

Série - Textos longos: O bruto é cada vez menos líquido

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Era uma vez a Sra. Poupança que tem sido muito maltratada nos últimos anos. Outras coisas mais modernas concorrem contra ela, nalguns casos, de forma desleal. Aqui, o consumismo (quase) imediato é o principal concorrente, mas não é o único… O mundo é mais impaciente para com ela. Estamos na época do tudo fácil, tudo rápido. Facilmente, caímos na tentação das aparências que nos iludem. E, rapidamente, o barato sai caro! Por falar nisso, o Gigante tem a sua quota parte de responsabilidade, claro.
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Neste mundo (quase) imperfeito, há seres que complicam o que é, já por si, difícil. Vivem da publicidade lustrosa e ilustrada por celebridades, mas de conteúdos questionáveis. Aliás, frequentemente esses conteúdos passam para o campo da trafulhice, miserável trafulhice. Podemos considerá-los dependentes de tais vícios, de facto. Os “polícias de serviço”, por sua vez, fecham os olhos ou, pura e simplesmente, olham para o lado. Não se passa nada!
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A Sra. Poupança, muito esforçada por natureza, luta contra tais seres. Eis que surge o crédito nas suas diversificadas formas e feitios. Qual euromilhões! A chave é sempre a mesma: fácil, rápido e barato. O número suplementar é algo do género: compre hoje, pague mais tarde; quanto mais tarde, melhor! Este número é muito importante porque pode ajustar-se a tudo e mais algumas coisas, elasticamente consumistas. Com tudo isto, são milhões e milhões que fogem da Sra. Poupança como o diabo da cruz!
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Bem, mas as coisas não ficam por aqui… É verdade, falta escrever sobre o papel do Gigante no meio deste filme de terror. Além de ser cúmplice de muita trafulhice, miserável trafulhice, o Gigante carrega forte e feio na Sra. Poupança, coitada! O bruto é cada vez menos líquido. Tudo por culpa do machado do Sr. IRS, grande amigo do Gigante, claro. São milhões de não juros para o buraco.
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