quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Série - Histórias longas: Branco e virginal



Sobre um país com monte branco e afins…

Era uma vez um monte branco onde só vivia gente de colarinho branco. Pois é, todas as camisas tinham esse pormenor. Mas, a brancura não ficava por aqui… Nesse monte, havia muitas máquinas de lavar que contribuíam para tal brancura. Por mais bizarro que pareça essas máquinas existiam, única e exclusivamente, nas instituições bancárias. Isso mesmo, nos bancos! Nos bancos de gente de colarinho branco, obviamente. Banco e branco conviviam (e sobreviviam) graças às ditas máquinas. Ou seja, o dinheiro entrava nas máquinas com diversos tipos de sujidade, nomeadamente o que se designava por: fuligem “branca”. Atenção: esta fuligem era tão imaculada que não afectava o efeito estufa. A fuligem “branca” tinha origem diversa: ervas “aromáticas”; pó de snifar; pó de armas… Portanto, até a sujidade era “branca”. Branco mais branco não havia! Havia, havia, sobretudo em paraísos de areia branca. Como vivíamos num mundo “hollywoodiano” esses paraísos tinham um nome a condizer: offshores. Coisa fina, o nome e a referida areia, claro. Para gente de colarinho branco, de facto. E de fato e gravata fazendo “pandan”. Em suma, nesse monte “branco” (e noutros do género: as imitações não tinham limites), tudo era virginal.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Série - Histórias longas: Outro(s) energúmeno(s)



Sobre um país de personagens com a palavra “escurinho” na ponta da língua…

Era uma vez um país à beira-mar plantado que vivia tempos ensombrados por uma elite dirigente energúmena (e indigente). A sua presença está um pouco por todo o lado, ou seja, é omnipresente, havendo gentalha dessa estirpe por tudo o que é sítio: nas autarquias, nos obervatórios, nos sindicatos, nas empresas, nos bancos, no parlamento, no governo… Dá-se um pontapé numa pedra da calçada e salta de lá um energúmeno. São tantos que alguns têm de procurar “emprego” no estrangeiro. Na actualidade, esse país é uma autêntica potência mundial exportadora de energúmenos ex-governantes, seja para: a Comissão Europeia, a ONU, BCE, universidades parisienses... Claro que há uns mais energúmenos que outros. Até parece que concorrem entre si! A sua presença energúmena entra, diária e sistematicamente, pela casa dentro através dos ecrãs das televisões e dos computadores. E não pedem licença. Cambada de energúmenos! O que é interessa é aparecer com as suas vestes luxuosas e energúmenas, claro. Nem Tolkien tinha capacidade para inventar tantos “trolls energúmenos”, pasme-se! Mas, para todos os efeitos, estes têm outros atributos: falam, falam, falam… Como dizia o outro: e não fazem nada! Por muito que se esforcem, o resultado é sempre o mesmo: não passam de energúmenos, desgraçados. À conta de tantos energúmenos, o mexilhão é que se lixa!


Série - Filmes: Despojos de Inverno



Tive curiosidade de ver este filme porque nele participa Jennifer Lawrence, jovem actriz recentemente premiada com o Globo de Ouro e nomeada para os Óscares da Academia de Hollywood (filme “Guia para um final feliz”; ontem abordado). E valeu a pena.

“Despojos de Inverno” (“Winter’s bone”) é um filme, de 2010, realizado por Debra Granik, segunda longa metragem desta cineasta, para mim, ainda desconhecida. A história centra-se numa adolescente, interpretada de forma impressionante por Jennifer Lawrence, que tem a seu cargo os destinos de uma família (a mãe, um irmão e uma irmã) à beira da miséria, sobrevivendo da solidariedade de vizinhos e de alguns familiares (além da caça de esquilos). A busca de um pai ausente e fugido da justiça adensa o enredo dramático, num cenário montanhoso da cordilheira Ozark, entre os estados de Missouri e Arkansas, e a severidade do clima invernoso. Daí a fotografia do filme ser demasiado escura… A solidariedade de alguns contrasta com a rudeza de outros, num jogo de equilíbrios periclitantes para uma jovem de 17 anos. Jennifer Lawrence teve uma dura prova às suas capacidades artísticas, prova superada com brilhantismo. O filme vale por isto tudo, sem dúvida. Por fim, resta destacar os prémios ganhos por esta película no festival de cinema independente de Sundance, em 2010: melhor fotografia e melhor guião.

A minha avaliação (de 0 a 10): 8,5.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Série - Filmes: Guia para um final feliz


“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”, esta frase de Carlos Drummond de Andrade pode aplicar-se ao conteúdo deste filme de David O. Russell, sobretudo ao seu final, digno candidato a oito Óscares da Academia de Hollywood.

O bom cinema tem, entre outras coisas, a faculdade de proporcionar momentos de felicidade que vão para além de concursos de dança e outros. Neste caso, a escrita de cartas de amor, à moda antiga, ocupa um lugar central e, por sua vez, desata o nó final entre os dois principais personagens: Pat, interpretado por Bradley Cooper e candidato a melhor actor; e Tiffany, interpretada por Jennifer Lawrence igualmente nomeada para melhor actriz, para mim, uma surpreendente revelação (neste fim-de-semana, vi outro filme com esta jovem actriz, “Despojos de Inverno”, que abordarei mais tarde). Na história de “Guia para um final feliz” (“Silver linings playbook”), a escrita serve como fuga. Ou como aproximação, num mundo tecnologicamente dependente de outras formas de expressão menos contemplativas. Um regresso às origens… O poder das palavras escritas como guia para um final feliz. A minha avaliação (de 0 a 10): 8.

Adenda: sem esquecer o grande Robert De Niro, claro, candidato a melhor actor secundário por via deste filme.


domingo, 13 de janeiro de 2013

Série - Filmes: Mães e filhas




Excelente! Foi o melhor filme que vi nos últimos tempos, sem dúvida. Este filme do colombiano Rodrigo García, filho do escritor Gabriel García Márquez, fez lembrar-me a reacção que tive há cerca de 10 anos quando vi “21 gramas”, de Alejandro González Iñárritu (para mim, um cineasta que está no topo). Ou seja, fiquei maravilhado pela maneira como várias peças de um puzzle complexo se vão encaixando, uma a uma, de forma… coerente. Afinal de contas, são dois cineastas de eleição que já trabalham juntos há muito.

No caso de “Mães e filhas” (“Mother and child”), filme de 2009, é um conjunto de histórias centradas no lado feminino da vida humana. Vida, em geral, feita de momentos de: perda e (re)nascimento. A rudeza, de alguns momentos, tem como contraponto a alegria, de outros. Em ciclos imprevisíveis e interligados. Do elenco destaco: em primeiro lugar, Naomi Watts, a minha actriz preferida da actualidade, num papel feito entre contrastes densos e sensualmente provocantes; Annette Bening, uma actriz consagrada com uma presença rude mas brilhante; e, por fim, Samuel L. Jackson, um dos personagens masculinos com o papel equilibrador (ou equilibrado no meio de um “mundo feminino” caótico). Não sei se este filme ganhou alguns prémios, mas isso não me interessa. O que eu sei baseia-se no que vi/senti: um filme excelente. A minha avaliação (de 0 a 10): 9.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Série - Filmes: Curvas da vida




It´s just a game. Melhor, é mais um filme com a marca “Eastwood”, sem dúvida. Logo, é sinónimo de qualidade, claro. Inicio a actividade cinéfila, em 2013, com “Curvas da vida” (“Trouble with the curve”). E que início!...

O realizador deste drama (suave) é Robert Lorenz, cineasta que trabalha com Clint Eastwood há vários anos. Mais uma história banal filmada e interpretada de forma límpida. Ou seja, directa e sem subterfúgios como é hábito no mundo de “Eastwood”. No elenco destaca-se a presença forte e destemida de Amy Adams, actriz que desconhecia, num constante confronto: filha / pai. O jogo de basebol, tão desconhecido para mim, serve de pano de fundo a essa relação mal resolvida... Aliás, acaba por ficar resolvida num final feliz, definitivamente. A minha avaliação (de 0 a 10): 8,5.


domingo, 6 de janeiro de 2013

Série - Postais do mundo: Orleães (estátua de Jeanne d'Arc)




O último postal incluído na minha colecção. Aconteceu esta semana após uns dias passados nas margens do rio Loire. Um postal especial, de uma cidade especial, publicado num dia especial. Um ano depois, aqui fica a minha lembrança a quem me enviou (e aos meus irmãos) tantos e tantos postais… Tantas e tantas lembranças que serão sempre avivadas com muito amor.

Série - França Dez2012: Cidade luz



À meia-noite…