quarta-feira, 31 de março de 2010

Gostas de frango?


RECEITA DE FRANGO COM WHISKY

Ingredientes:
- 1 garrafa de whisky (do bom, claro!)
- 1 frango de aproximadamente 2 kg
- sal, pimenta e ervas de cheiro a gosto
- 150 ml de azeite virgem- nozes moídas q.b.

Modo de preparar:
- pegue no frango
- beba um copo de whisky
- envolva o frango com sal, pimenta e as ervas
- barre com azeite
- beba outro copo de whisky
- pré-aqueça o forno aproximadamente 10 minutos
- sirva-se de uma boa dose (caprichada) de whisky enquanto aguarda.
- use as nozes moídas como aperitivo
- coloque o frango numa assadeira grande.
- sirva-se de mais duas doses de whisky.
- Axuste o terbostato na marca 3 , e debois de uns vinte binutos, ponha a assassinar.
- digu: assar a ave.
- Beba outra dose de whisky
- Debois de beia hora, formar a abaertura e gontrolar a assadura do bicho.
- Tentar zentar na gadeira.
- Sirva-se de uoooooooootra dose generosa de whisky.
- Cozer(?), costurar(?), cozinhar, sei lá, voda-se o vrango.
- Deixáááár o filho da buta do pato no vorno por umas 4 horas.
- Tentar retirar o vrango do vorno. Num vai guemar a mão, dasss!
- Mandar mais uma boa dose de whisky p'ra dentro . De si, é claro.
- Tentar novamente tirar o sacana do gansu do vorno, porque naprimeira teenndadiiiva dããão deeeeuuuuuu.
- Begar o vrango que gaiu no jão e enjugar o filho da buta com o banode jão e cologá-lo numa pandeja ou qualquer outra borra, bois avinalvocê nem gosssssssssta muito desse adimal mesmo.
- 'Tá Bronto…
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terça-feira, 30 de março de 2010

Pela alma adentro

As previsões económicas valem o que valem. Acredita quem quiser! A incerteza existirá sempre independentemente da fiabilidade dos modelos econométricos utilizados para o efeito. As variáveis até podem estar bem relacionadas entre si, mas…

Nos últimos anos, infelizmente, o desfasamento das projecções do Banco de Portugal face à realidade tem sido, no mínimo, escandaloso. E estrondoso! Qualquer aproximação à realidade é pura coincidência. Não só por contingências do mercado, num estado de turbilhão (é certo), como nos fazem crer... Aqui, a deriva propagandística perfeitamente alinhada com um poder político erróneo ao nível das previsões (e não só), tem a sua quota-parte de responsabilidade. A realidade nua e crua é demasiado eloquente. E a evolução de alguns indicadores macroeconómicos, com o PIB à cabeça, fala por si, deixando as inevitáveis marcas na saúde da nação. Que se sente no bolso e na alma. Aliás, pela alma adentro!

Portanto, e feitas as contas, resulta que entramos no campo da pura ficção. Mas, uma ficção com maus realizadores e protagonistas. Os resultados estão aí… Mau demais, muitas vezes, para ser verdade! Ou melhor, para sequer constituir uma novela de ficção. Contudo, acabamos por ser intervenientes e, até, cúmplices desse guião miserável, sobretudo quem o aceita sem tão-pouco questionar. Assim sendo, eu questiono este guião que me impingem.
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segunda-feira, 29 de março de 2010

Valor do défice, de 2009, revisto pelo INE =

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, %

É uma obra-prima! De quem?
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sábado, 27 de março de 2010

Há mais vida para além dos números!

A nossa vida também é feita de números, por muito que não gostemos deles, por vezes... São números para tudo e para mais algumas coisas. Como uma praga! Mas, inevitavelmente, são necessários. Nem é preciso enumerar os exemplos, pois serão infinitos. Por falar em infinito, até para esta grandeza há uma representação numérica: o 8 “deitado”, ∞.

Não escondo que sempre gostei da matemática, embora tenha ficado por uma licenciatura em Gestão de Empresas (na “minha” querida Universidade de Évora, passo a publicidade). Mas, enfim, os números são uma constante na gestão do que quer que seja: desde a nossa vida doméstica (fazer contas à vida, cada vez mais angustiosa), até ao Orçamento Geral do Estado, com as tais previsões das receitas e despesas anuais da nação.

Agora, o que é grave, é ficarmos dependentes, bloqueados ou viciados nos números. Como dizia o outro: há mais vida para além dos números! Não sei se haverá algum nome que identifique essa patologia. Se houver, reconheço a minha ignorância nas ciências médicas. Se não houver, podemos atribuir-lhe um número qualquer, que tal? Todavia, nos dias que correm, penso que poderá tornar-se numa realidade, refiro-me a essa doença, bem presente na vida das pessoas, e não só.

Estes parágrafos vêm a propósito de um texto de Pedro Correia, intitulado “Muito sintomático”, publicado no blogue Albergue Espanhol, que eu comentei da seguinte forma:

Isto dos números (eu que o diga), tem destas coisas… Sessenta e tal porcento, além do "6" ser um número com bom aspecto físico, tem inequivocamente um significado muito sintomático, de facto.
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quinta-feira, 25 de março de 2010

Ploutokratía

Plutocracia, do grego ploutokratía, ou seja, “domínio dos ricos” (fonte: Infopédia)

Politicamente, a corrupção tem aproveitado as fraquezas de alguns pilares do estado de direito. Por muitas leis que se façam, sem meios de fiscalização eficientes, acabam por não resistir às tenazes perfurantes de agentes oportunistas ou vigaristas. Portanto, o processo legislativo e os efeitos daí resultantes podem, nalguns casos, propiciar o aparecimento destes agentes, sobretudo devido ao seu poder financeiro para contornar os obstáculos que se lhes apresentem no decurso das suas actividades.

Por sua vez, a complexidade dos textos legais pode dificultar, não só, a sua aplicação prática, como também, proporcionar uma certa complacência para com determinados jogos de interesses que se aproveitam das diferentes interpretações possíveis. E, assim, validar a sua existência.

Por fim, o primado do dinheiro sobrepõe-se ao primado do bem comum. Alguns exemplos revelados nos últimos tempos, com o devido destaque para o caso Lehman Brothers, nos EUA, podem comprovar, na perfeição, a inversão de primados para uma sociedade mais justa.

Sobre este assunto, deixo aqui as ligações para dois textos publicados no blogue Combustões: A linguagem da plutocracia e Nos buracos da plutocracia. É um assunto que me interessa, particularmente, e ao qual voltarei mais tarde.
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quarta-feira, 24 de março de 2010

Para mal dos nossos pecados...



… a Fitch cortou no nosso “rating”. Nem com a entrada na Primavera essas nuvens negras se dissipam!
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A pão e laranjas - magia de gostos


Nos próximos dias 26, 27 e 28, o Município da Vidigueira irá realizar o Festival Gastronómico A Pão e Laranjas. Com esta iniciativa, a edilidade alentejana pretende promover e disponibilizar um conjunto de experiências sensoriais únicas e marcantes.

Além do pão e da laranja, produtos bem presentes no concelho da Vidigueira, e que dão nome ao festival, o evento presta homenagem ao período de passagem da Monarquia para a República, destacando o papel do Visconde da Ribeira Brava, figura política do concelho. Para mais informações sobre o programa, consultem a página da Internet da Câmara Municipal da Vidigueira.

Deste modo, a Vidigueira faz jus ao lema, terra de pão, com as famosas migas de espargos em lugar de relevância, acompanhadas de um bom vinho da região bebido com moderação, obviamente. Quem quiser e puder, pode aliar à magia dos gostos tipicamente alentejanos, o desfrutar de uma visita às memórias patrimoniais proposto Na Rota do Fresco. Mistura de emoções que é de aproveitar!
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terça-feira, 23 de março de 2010

Conversa entre dois compadres sobre o PEC


Após ler um texto de Pinho Cardão (Clarinho, clarinho, p`ra oficial entender!...), no blogue Quarta República, sobre o aumento da Despesa Corrente do Estado nos últimos anos (no mínimo, assustador), escrevi o seguinte comentário, em tom anedótico, sobre os políticos que foram/são responsáveis:

Diz um compadre para outro compadre:
- Esta gente sacode a água do capote com uma ligeireza, compadre!

Responde o outro compadre:
- Ah, pois é… Qualquer dia, transformam o Parlamento numa barragem maior que o Alqueva!
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Frase bombástica!

Da minha experiência profissional, de 10 anos, relacionada com o sector bancário (primeiro, num dos maiores bancos portugueses, depois, numa associação de defesa do consumidor), principalmente na última dessas experiências, fiquei com a noção clara de que o Departamento de Supervisão Bancária do Banco de Portugal falhava, sistematicamente. E falhava em coisas tão simples!... Sobretudo, devido ao seu estado de sonolência/complacência.

Só para dar um exemplo, foi demasiado brando em exigir que os bancos cumprissem um “acordo de cavalheiros”, que esses bancos assinaram de livre e espontânea vontade. Acordo, esse, relacionado com a informação a prestar no âmbito do crédito à habitação, um designado código de conduta, se a memória não me falha. Isto do ADN, vulgo PDI, tem destas coisas…

Mais tarde, esse “acordo de cavalheiros” acabou por ser rasgado. Pelos vistos, a tradição de “rasgar” ainda é o que era… E o “rasganço” resultou num texto imperativo. Pois, se não for a bem…

Se falhava em coisas tão simples, como referi atrás, como é que seria nas coisas mais complexas?! O resultado está nos milhares de milhões de euros em buracos do sistema financeiro lusitano.

Este texto vem a propósito das declarações de uma eurodeputada luxemburguesa noticiadas no Diário Económico: Entregar a supervisão a Constâncio "é dar dinamite a um pirómano"

E mais não escrevo, para não estragar a digestão de um almoço na bela vila de Alte.
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segunda-feira, 22 de março de 2010

Porque o povo diz verdades


Ao ler alguns textos pelo mundo dos blogues, houve um que me chamou a atenção. Tem como título Mais uma mentira (blasfemias.net). Penso que não será muito difícil adivinhar quem é o visado. Mas, para que não restem dúvidas, transcrevo o referido texto:
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"Sócrates ao JN: «Onde estamos a investir o dinheiro dos portugueses? Em barragens – as principais são no Norte -, centenas de escolas, dez hospitais...».

É mentira!

As barragens são construídas por privados, as quais pagam ao estado a concessão e que é receita extraordinária do orçamento de Estado. Os 10 hospitais são construídos por investimento privado, pagando estado renda anual de disponibilização." (fim de citação)_

Mas, para que não restem mesmo dúvidas, Gabriel Silva, o seu autor, acrescenta e fundamenta o título desse texto:

- Sobre as barragens a construir até 2020, remete-nos para um texto publicado em
http://www.inci.pt/Portugues/Noticias/Paginas/126012009085016.aspx

- Sobre os hospitais, podemos ler a verdade dos factos numa notícia em
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1442621

Parece que a verdade não é bem aquela que nos impingem, sistemática e falsamente. Parece que a verdade, na actual conjuntura, passa por repetir, sistemática e falsamente, mentira atrás de mentira. Por fim, parece que a verdade, sistemática e falsamente, tem a perna curta.

Bem, escrito isto, recordei-me de uns versos de António Aleixo ("Porque o povo diz verdades"):

Porque o povo diz verdades,
Tremem de medo os tiranos,
Pressentindo a derrocada
Da grande prisão sem grades
Onde há já milhares de anos
A razão vive enjaulada.

Vem perto o fim do capricho
Dessa nobreza postiça,
Irmã gémea da preguiça,
Mais asquerosa que o lixo.
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domingo, 21 de março de 2010

Dia mundial da poesia, evocação ao blogue...

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São rimas distanciadas
dos palcos da erudição,
aqui são agraciadas
com elevada distinção.

Muitas palavras serão versadas
e muitas ficaram por rabiscar,
essas palavras desenlaçadas
serão livres para namoriscar.
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Dia mundial da poesia, evocação a António Aleixo

(Estátua de António Aleixo, em Loulé)

Ser doido-alegre, que maior ventura!

Ser doido-alegre, que maior ventura!
Morrer vivendo p'ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade!

Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade.

Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso...

Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também
P'ra suportar melhor quem tem juízo.

Dia mundial da poesia, evocação a Mário Cesariny


É importante foder (ou não foder)?
É evidente que não, não é importante.
Fode quem fode e não fode quem não quer.
Com isso ninguém tem nada
Mas mesmo nada
A ver.

O que um tanto me tolhe é não poder confiar
Numa coisa que estica e depois encolhe,
Uma coisa que é mole e se põe a endurar e
A dilatar a dilatar
Até não se poder nem deixar andar
Para depois se sumir
E dar vontade de rir e d'ir urinar.

(por Mário Cesariny de Vasconcelos, lembrado no blogue portugal dos pequeninos)

Frase da semana...

"Até Portas dá lições de esquerda a Sócrates."
(João Cravinho, na Edição da Noite da RR, via DN, 18/03/2010)

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sábado, 20 de março de 2010

Na Rota do Fresco


À descoberta da nossa terra tem destas coisas... No programa Encontros com o Património, emitido pela TSF no início desta tarde, sábado 20/03/2010, tomei conhecimento de uma iniciativa cuja divulgação merece ser ampliada. Trata-se da Rota do Fresco, que incide, sobretudo, num conjunto vasto do património histórico/arquitectónico de seis concelhos alentejanos: Alvito, Cuba, Vidigueira, Portel, Viana do Alentejo e Évora.

Esta iniciativa desenvolve um conjunto de acções no sentido de promover e conciliar três importantes activos do Alentejo: o património (imponente e diversificado), a natureza (deslumbrante e relaxante) e a gastronomia (para reconfortar o estômago e não só). Destes, destaca-se a divulgação de uma arte secular: a pintura mural alentejana, manifestação artística que tem a cal como matéria-prima. Para mais informações, consultem a página da Internet em: http://www.rotadofresco.com/.

Agora que a primavera está aí, e com os campos alentejanos coloridos, este roteiro pode ser um bom pretexto para momentos bem (com)passados.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Vidigueira, terra de pão, gentes de paz (e de boa vinhaça)


Em tempos, a vila da Vidigueira era atravessada obrigatoriamente por quem viajava de carro, por exemplo, entre Évora e Beja, ou vice-versa. Nesses tempos, lembro-me que essa obrigação era compensada, primeiro, pelo cheiro do bom pão caseiro no carro, depois, em casa, pela degustação de um dos sabores mais típicos do Alentejo. Recordações sensoriais que permanecem…

Dessas recordações, perduram igualmente as palavras inscritas numa placa à entrada da localidade. Placa simples, muito distante de toda a artilharia “marketizada” dos outdoors modernos, refira-se, muitos deles bem conseguidos (de repente, surge-me na memória alguns referentes a uma marca de cerveja nacional que brinca com os elementos/pormenores das suas garrafas). Mas, voltando ao que realmente interessa, nessa placa destacavam-se as palavras e a respectiva mensagem, bem genuína: Vidigueira, terra de pão, gentes de paz.

Vem isto a propósito de uma notícia sobre uma medida da Câmara Municipal da Vidigueira, terra de bom vinho, igualmente, notícia de natureza financeira que constitui uma excepção (das boas) à regra (nem sempre, sobretudo nos últimos tempos, das boas). Nela, a edilidade informava que os vencimentos dos funcionários camarários, de valor igual ao salário mínimo nacional, serão aumentados em € 82,08. Além disso, haverá uma redução, em cerca, de 10% dos vencimentos referentes a cargos de nomeação.

A comparação deste texto com o anterior (Tomem lá!) é como o dia ao pé da noite. Na enxurrada de notícias diárias, muitos destes exemplos luminosos ficam, infelizmente, obscurecidos.

As recordações do passado são assustadoramente lembradas e admiradas, em particular, na expressão genuína desta terra de gentes de paz.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Tomem lá!


Os (senhores) pilotos da TAP, no uso dos seus direitos, marcaram uma greve de 6 dias para o período pascal que se avizinha. Bem, escrito assim, sem mais, nem menos, a coisa até parece inócua. Mas, se esmiuçarmos um pouco o contexto da coisa, é de bradar aos céus! Por falta de aviões no ar, de facto. E não só!... Não é que eu pense viajar de avião proximamente. Dificilmente isso acontecerá. Mesmo que estivesse nos meus planos, duvido que a TAP fosse a escolha acertada… Adiante.

Após informar-me sobre as condições salariais desses profissionais, ocorreu-me escrever estas palavritas. Referindo, única e exclusivamente, o salário, cujo valor médio bruto mensal é de € 8 600, com uma reivindicação de aumento de 9%, fazendo as devidas contas, aumentaria para um valor médio bruto bem acima dos € 9 000. É muita massa! Contudo, o que me impressiona, para ser comedido, é a percentagem do aumento proposto: 9%.

Se compararmos esta situação com aquela que a maior parte dos trabalhadores portugueses terá no presente ano, podemos afirmar, sem ofensa: isto é obsceno. Além disso, e se calhar mais grave ainda, não respeitam os contribuintes e/ou consumidores. E muito mais não escreverei, para não ter de mudar a imagem que embeleza estes vocábulos tão negros.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Texto premiado

O texto intitulado Ser professor/formador, publicado no passado dia 15/03/2010, foi premiado no blogue Sorumbático. Fico agradecido pela distinção.

terça-feira, 16 de março de 2010

Que confiança merece um PEC que?...

Que confiança merece um PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento) que não ataca os principais problemas (dívida pública, dívida externa e desemprego; que já são, só por si, um fardo muito pesado) do nosso país?

Que confiança merece um PEC que vai buscar, sobretudo, aos contribuintes de sempre (o afamado mexilhão nacional), os recursos necessários para tapar os buracos de, sistemáticos e lamentáveis, erros de governação?

Que confiança merece um PEC que, muito provavelmente, não promoverá o crescimento/desenvolvimento sustentado do país?

Que confiança merece um PEC que utiliza o recurso às privatizações, de forma desesperada, para mascarar insuficiências das políticas orçamentais, sobretudo, no lado da despesa?

Que confiança merece um PEC que vem na linha de outras (e erradas) previsões económico-financeiras?

Que confiança merece um PEC apresentado nos tons rosados/propagandísticos habituais?

Afinal, que confiança merece um PEC que tenta tapar o sol com a peneira?

Logo agora, que o sol começa a dar-nos os primeiros raios da sua graça…

segunda-feira, 15 de março de 2010

Ser professor/formador

Vivemos tempos muito difíceis e, igualmente, complexos. Para (quase) todos. Como outras gerações anteriores já carregaram as respectivas cruzes... É nesse contexto que surgem os desafios e as necessárias acções fundamentais para corresponder, da melhor forma possível. O infinitivo do verbo “corresponder” é colocado no sentido de incluir a responsabilização de respostas a toda a sociedade.

Esta problemática começa, desde logo, no seio familiar. Sabendo que as contingências da vida moderna são o que são (os pais, muitas vezes, mais ausentes por razões profissionais; o aumento de sentimentos e comportamentos individualistas, em muitos casos, devido à dependência face à evolução tecnológica; e, para destacar só mais um aspecto, o culto do facilitismo e do mediatismo na prossecução de etapas que requerem outros tempos), o padrão social das famílias parece ter ficado para trás. Ter perdido o comboio… E, para agravar ainda mais a questão, muitos pais desresponsabilizam-se, pura e simplesmente, ou sacodem a água do capote com leviana ligeireza. Assim, o papel nuclear das famílias no processo educativo parece desfasado das exigências de um mundo global aliciante, mas igualmente perigoso.

Exigências relacionadas com a velocidade de circulação da informação e, consequente, tempo necessário para a sua digestão, ficando os jovens entregues à sua sorte. E sabemos que muita dessa informação acrescenta pouco, ou nenhum valor, ao crescimento intelectual e de percepção da realidade. Realidade que lhes é apresentada de forma, frequentemente, demasiado ficcional e, mesmo, com elevada carga de violência.

A escola, por sua vez, em muito devido a um enquadramento político demasiado rígido, tornou-se num centro burocrático, por excelência, de um Estado cada vez mais burocrático. O que parece e é um paradoxo, tendo em conta a flexibilidade e comodidade das novas tecnologias de informação no processo de agilização de procedimentos. Este paradoxo cria, inexoravelmente, sentimentos confusos nos diversos actores, a começar pelos professores. E na sua actividade professoral que vai muito mais além da mera exposição de conteúdos. Em relação a estes e à rigidez burocrática, relevam-se aspectos associados ao tempo necessário de preparação das aulas que, em muitos casos, é ocupado pelo preenchimento de mil e um papéis não directamente relacionados com essa preparação. Esta situação origina um aumento da pressão na gestão do tempo disponível para as actividades pedagógicas verdadeiramente relevantes.

Em termos mais abrangentes, ou seja, alargando o raio de análise para a sociedade, assiste-se a uma crise de valores que afecta negativamente o desenvolvimento educacional. Em muitos casos, existe um facilitismo exagerado na obtenção das coisas (sobretudo, de “elevado peso” material), que não premeia a capacidade de sacrifício e de empenhamento. No fundo, a responsabilidade e o mérito. Neste sentido, é, por muitos, referido como melhor exemplo: alguns concursos televisivos, com o Big Brother nos lugares cimeiros. No caso escolar, por exemplo, tem havido uma delapidação dos poderes dos professores que leva a que os alunos não sintam tanta necessidade de se esforçarem para atingir as suas metas. Situação que se reflecte no processo de avaliação em que é muito difícil e burocrático reprovar um aluno. Deste modo, parte do papel que compete ao professor é-lhe, simplesmente, sonegado.

Em conclusão, haverá muitos outros factores importantes, no entanto, parece-me que os que foram referidos têm a sua “quota-parte” de responsabilidade. O prazer de ensinar e de contribuir para o crescimento/desenvolvimento educativo de jovens, e não só, encontra-se miseravelmente condicionado. Sendo a educação um dos pilares do desenvolvimento humano, com tantas e tantas páginas, mais ou menos virtuais, dedicadas ao assunto, todo o contexto educativo actual parece estar, em grande parte, descontextualizado, espelhando uma sociedade à deriva.

domingo, 14 de março de 2010

Mosteiro num vale verdejante


Guillaume conduziu o carro pela estreita estrada de pedra em direcção ao vale verdejante, com a Pousada de Nossa Senhora da Ascensão como destino, no sopé da colina de onde se via o Castelo de Arraiolos.
Já na esplanada, depois de terem percorrido demoradamente o claustro do Mosteiro de Nossa Senhora da Assunção, actualmente envidraçado para dar mais aconchego, com grandes potes de barro e os tectos emaranhados de arcos, Guillaume traduziu-lhes a informação do guia acerca daquele monumento:
- Este Mosteiro foi construído nos finais do século XIV, tendo sofrido ampliações no século seguinte. Por isso, apresenta um estilo arquitectónico híbrido do Manuelino ao Renascentista. Actualmente, grande parte do edifício é explorado como pousada.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Arraiolos, terra das três mentiras


- Arraiolos é terra de três mentiras! - afirmou o luso-descendente.
- De três mentiras?! - admirou-se a escandinava.
- Sim! Tem ilhas e não tem mar. Tem ponte e não tem rio. Tem castelo e não tem rei. - explicou o gaulês.

(...)
- Este castelo está intimamente associado à memória do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, nobre guerreiro lusitano e líder em inúmeras vitórias sobre tropas castelhanas, principalmente na estrondosa Batalha de Aljubarrota, enfrentando um exército bem mais numeroso. A D. Nuno Álvares Pereira foi doado o senhorio de Arraiolos, em 1387.

terça-feira, 9 de março de 2010

Homenagem a Alda do Espírito Santo

Neste dia, do falecimento de Alda Graça do Espírito Santo (1926, S. Tomé - 2010, Luanda), poetisa são-tomense, presto-lhe a devida homenagem. Sem a existência da UNEAS - União Nacional dos Escritores e Artistas de S. Tomé e Príncipe, fundada por Alda do Espírito Santo, dificilmente teria existido Tranquilamente cúmplices. As culturas são-tomense/africana/lusófona estão de luto. A sua vida de luta é e será um exemplo para muitos. E a sua obra permanecerá para sempre.

domingo, 7 de março de 2010

Honesto estudo com longa experiência misturado

Durante o curto percurso que medeia o ponto em que estavam e o destino seguinte, os três atravessaram um pequeno espaço ajardinado e fresco, cruzando com estudantes carregados de livros e pastas. Guillaume aproveitou para lhes ler o que o guia informava sobre o monumento que iam visitar:

- O edifício que vamos visitar agora é o Colégio do Espírito Santo onde actualmente se concentram os principais serviços da Universidade de Évora. É uma magnífica construção clássica concluída, em 1551, pela poderosa Ordem dos Jesuítas. A partir de 1559, funcionou como universidade, a segunda existente em Portugal (a primeira foi a Universidade de Coimbra), até à expulsão desta Ordem pelo Marquês de Pombal, no século XVIII. Como iremos ver, tem vários claustros, o principal dos quais de uma beleza ímpar. Os corredores e as salas do claustro são forrados de azulejos dos séculos XVII e XVIII, com temas históricos e bíblicos, alusivos às disciplinas nelas ministradas. Algumas salas já foram modificadas, sendo difícil saber como eram originalmente, no entanto, ainda é possível admirar os púlpitos primitivos lá colocados.

Já no claustro principal do Colégio do Espírito Santo, Hanna aproveitou para tirar uma fotografia à bela fachada barroca da Sala dos Actos. Enquanto isso, Paloma espreitava, silenciosa e curiosamente, para uma sala, onde decorria uma aula, admirando o seu interior, nomeadamente os azulejos, as colunas de mármore e os púlpitos em madeira trabalhada.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Monumento majestoso e altivo


Sé Catedral, de Santa Maria, Évora

- O sólido edifício que temos à nossa frente é a Sé Catedral de Santa Maria, de estilo gótico primitivo, com pormenores românicos. A sua construção iniciou-se em 1186 e o projecto primitivo terá sido concluído umas dezenas de anos mais tarde. É uma obra só comparável, em Portugal, ao mosteiro dos Jerónimos ou à Sé Velha de Coimbra. O portal de seis degraus é ladeado por um apostolado completo que presta as honras da casa... - relatou o gaulês.
- Nós não merecíamos outra coisa, claro! - interrompeu a sevilhana.
- Engraçadina! Ao lado desta arcada gótica do portal, com um segundo andar recuado, onde se encontra um extraordinário vitral ogivado, emergem duas torres de quarenta metros de altura, desiguais. A da direita, com os sinos no topo a espreitarem de três arcos românicos, com um relógio e uma janela ogival. A da esquerda, provavelmente mais antiga, polvilhada por uma janela gótica e cinco românicas, distribuídas irregularmente. Ambas as torres acabam num coruchéu. A da direita, com colunas à volta, em forma de pirâmides, tal qual um zimbório.

terça-feira, 2 de março de 2010

Autêntica e inebriante viagem aos tempos medievais


- A pequena urbe amuralhada, como que parada no tempo, de Monsaraz, é um dos maiores encantos de todo o Alentejo e um dos mais ancestrais povoados do país. A sua ocupação remonta ao período pré-histórico, da qual a povoação e os seus arredores conservam diversas recordações megalíticas, alguns dos mais belos monumentos conhecidos na Europa, nomeadamente a Anta Grande do Olival da Pega, um monumento funerário, o Menir da Belhoa e o Cromeleque do Xarez. Monsaraz ergue-se estrategicamente no cimo de um monte localizado junto ao rio Guadiana, por onde passaram romanos, visigodos e árabes, antes da primeira conquista cristã, em 1167, pelo famigerado Giraldo Giraldes, o Sem Pavor. A reconquista definitiva aos mouros concretizou-se já no século XIII com auxílio dos Templários, a cuja Ordem o rei D. Sancho II doou a localidade. Durante a Idade Média, Monsaraz era um povoado seguro procurado pelas populações vulneráveis dos campos vizinhos nos períodos de guerras fronteiriças, embora fosse de difícil acesso e tivesse pouca ou nenhuma água.
É grandiosa a riqueza histórica de Monsaraz. O seu ambiente medieval ainda hoje se respira ao deambular pelas suas ruas estreitas, muitas delas calçadas de xisto da região. - relatou o luso-descendente, antes de rematar: - Portanto, minhas amigas, preparem-se para uma autêntica e inebriante viagem aos tempos medievais.