domingo, 21 de março de 2010

Dia mundial da poesia, evocação a António Aleixo

(Estátua de António Aleixo, em Loulé)

Ser doido-alegre, que maior ventura!

Ser doido-alegre, que maior ventura!
Morrer vivendo p'ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade!

Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade.

Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso...

Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também
P'ra suportar melhor quem tem juízo.

6 comentários:

  1. São rimas distanciadas
    dos palcos da erudição,
    aqui são agraciadas
    com elevada distinção.

    Muitas palavras serão versadas
    e muitas ficaram por rabiscar,
    essas palavras desenlaçadas
    serão livres para namoriscar.

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  2. De te ver fiquei repeso
    Em vez de ganhar, perdi;
    Quis prender-te, fiquei preso,
    E não sei se te prendi.
    _____

    Há pessoas muito altas
    Do nome ilustrado e sério
    Porque o oiro tapa as faltas
    Da moral e do critério.

    António Aleixo... claro!

    Dia da Poesia e dos Poetas. Este é o seu dia também, Manuel.
    E o Gonçalo? É poeta?

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  3. Catarina,
    Para finalizar a resposta anterior, entre esses grandes poetas, o António Aleixo é o meu preferido.

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  4. O meu também. Era um homem despretencioso, simples, conhecedor das idiossincracias dos homens e das mulheres. Verdadeiro nas suas simples convicções mas abrangentes e que não deixam de estar actualizadas de certa forma.

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  5. Manuel Brás,
    A filtrar António Aleixo, muito bem. É merecido neste dia, um poeta popular, não elitista.

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