sexta-feira, 4 de março de 2011

Série - Textos longos: Não vale tudo, nem pode valer

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Era uma vez o Sr. Lucro, um senhor tão altivo como desejado. Na verdade, ele deseja aparecer acompanhado de números com muitos zeros e, assim, andar nas bocas de gente principescamente engravatada. Atenção, não está em causa a sua legitimidade enquanto elemento essencial de qualquer actividade económica com fins lucrativos. Nada de confusões! Agora, não exageremos na sua bajulação. Não vale tudo, nem pode valer! Nalguns casos, o vale (quase) tudo é permitido pelo Gigante (Estado), claro.
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Num mundo plutocrático, cada vez mais plutocrático, em que vivemos, o dinheiro é rei e senhor. Onde está dinheiro poderia estar lucro. O poder do dinheiro sobrepõe-se, muitas vezes, a valores eticamente aceitáveis. O domínio dos ricos, que já vem da antiguidade, parece estar mais presente. Presente, esse, envenenado para uma grande maioria de pessoas que acaba por se espezinhada, sobretudo como consumidores de empresas trapaceiras. Pagam a factura e é melhor não reclamarem… Quem chora nem sempre mama! Isso é só para uma cambada de “pornoceiros”, ou seja, viciados em pornografia financeira.
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Escrito de outra forma. O Portugal moderno é, também, feito desta gentalha sentada, de forma opulenta e refastelada, à mesa dos lucros pornográficos de algumas empresas. Depois, obviamente, pavoneiam-se com sinais exteriores de riqueza, tais como: carros topo de gama, vivendas apalaçadas, presença no “dejecto set”, viagens para paraísos terrestres… À grande e à portuguesa!
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Por mais leis que se façam, por mais autoridades que se criem, o Sr. Lucro consegue fugir entre as gotas da chuva sem se molhar, imaginem! Nem uma gotinha nos seus fatos de alta costura. O Gigante assiste a este espectáculo e esfrega as mãos de contente, claro, pois os “pornoceiros” são ex-subalternos ou cúmplices do seu gigantismo. Para eles, tudo. Para os outros, nada. Ou, na melhor das hipóteses, umas migalhitas para enganar a barriga. O povo que se lixe!
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