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“O tempo foge-nos, simplesmente”. Na verdade, o tempo fugiu-me a ver este filme dos irmãos Coen (Joel e Ethan). De tudo, só não gostei do título em português: Indomável. Destaco, pela excelência: alguns diálogos humorísticos, Jeff Bridges (com voz e rosto marcantes), Hailee Steinfeld (uma jovem actriz feita adulta), enredo dramático e a realização, claro. De 0 a 20, dou um 18.
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A frase final do filme, referida anteriormente, serviu de ponto de partida para o texto inicial, no fundo, a súmula do filme True Grit.
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De uma maneira ou de outra, mais tarde ou mais cedo, pagamos por aquilo que fazemos. As várias interpretações possíveis desta frase, apresentada logo no início da película, servem de ponto de partida para mais uma história escrita (adaptada) e realizada pelos irmãos Coen. Tem como elemento central uma jovem de 14 anos que, por um lado, quer vingar a morte do pai e, por outro, assume a função dele no seio da família.
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Começando por aqui, por onde começa o enredo, a menina Mattie Ross (Hailee Steinfeld) toma conta dos negócios que o pai deixou por concluir. A força da palavra e a força da lei/moral ficam bem vincadas em diversos diálogos em que a jovem intervém, nomeadamente na negociação de cavalos ou no conhecimento de termos jurídicos em latim.
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Para vingar a morte do pai, Mattie contrata um marshall famoso e impiedoso, Rooster Cogburn, interpretado de forma marcante por Jeff Bridges. Achei muito marcante essa presença sobretudo ao nível da sua voz (por exemplo: no momento da sua primeira aparição, em plena audiência no tribunal) e do seu rosto (ao longo de diversas cenas). Mas, aos dois, acaba por juntar-se-lhes um ranger do Texas, LaBouef (Matt Damon), que também procura o tal assassino do pai da Mattie, Tom Chaney (Josh Brolin). E, assim, desenvolve-se o enredo dramático intervalado por alguns diálogos carregados de bom humor, originados pelo carácter adulto de uma menina com, apenas, 14 anos no meio de gente adulta e bastante rude. Mas que se faz mulher apesar da sua tenra idade. Mais, vai ganhando, através da sua postura/palavra, o respeito de homens de barba rija e impiedosos na hora de disparar, características tão salientes no velho oeste americano.
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Por fim, destaco os momentos finais relacionados com a cavalgada obstinada de Mattie e Rooster, cavalgada cruel para Little Blackie (o cavalo da menina). Gostei muito da forma como a realização consegue transmitir, através da força do cavalo, as forças e as fraquezas dos personagens centrais.
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Notas finais:
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Desde Fargo, filme da segunda metade da década de 1990, bastante aclamado pela crítica devido à sua densidade dramática e interpretativa, vou seguindo as diversas obras dos Coen. Para mim, há uma preocupação muito evidente em todas elas, que as tornam marcantes: as densidades dramáticas muito bem construídas em textos bem escritos, bem interpretados/as e bem enquadradas.
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Com Este país não é para velhos, em 2008, Joel e Ethan Coen conquistaram diversos prémios. Agora, True Grit, pode seguir-lhe as pisadas nomeadamente ao nível das interpretações de: Jeff Bridges e Hailee Steinfeld.
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domingo, 20 de fevereiro de 2011
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