quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Série - Partilhado: Mau tempo no canal - Parte II

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Nos próximos tempos, refiro-me em termos de semanas, Portugal terá um problema muito sério para resolver, além do Orçamento do Estado. Para mim, esse problema é muito mais sério do que este último, e refiro-me concretamente ao sistema financeiro/bancário nacional, em avançado estado de decomposição. Há quem afirme que os bancos estão a “desconto”, isto é, cotados na bolsa muito abaixo do valor real (em cerca de 60%), segundo modelos de análise que, na minha opinião, não consideram convenientemente factores conjunturais da actualidade, nomeadamente a crise das dívidas públicas (a grega, em particular). Erro crasso… A falta de liquidez é tão evidente como a aldrabice dos testes de stress divulgados no início deste verão. Aliás, a aldrabice tornou-se normal para as altas entidades políticas e financeiras europeias, com o BCE num dos lugares cimeiros, claro. Enquanto a Alemanha e a França brincam com isto tudo, a voragem dos factos quotidianos é implacável. A própria sobrevivência do euro é questionável, a curto prazo.


Depois de anos empanturrados em lucros porno-financeiros e todo um conjunto de práticas eticamente discutíveis (e muitas claramente abusivas), a banca está a colher as tempestades de ventos que andou a semear. Os banqueiros multiplicam-se em brados ridículos. A prepotência tolda-lhes a razão ao não reconhecerem os erros acumulados, ano após ano, e a respectiva ganância é por demais obscena. O definhamento diário é confrangedor (cotações do PSI 20, por volta das 16h):

- BES com uma desvalorização de 8,53%;

- BPI com uma desvalorização de 4,53%;

- BCP com uma desvalorização de 3,53;

- BANIF com uma desvalorização de 2,95%.


A plutocracia política/financeira é obscena! Só não vê quem não quer.

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