quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Série – Moral da história: Quem sabe… muitas vezes não sabe

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Ouvi e vi o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, António de Sousa, na SIC Notícias, e não deixei de ficar admirado, negativamente, em relação a dois aspectos:

- Primeiro, apresentou e fundamentou bem argumentos macro-económicos (indicadores agregados dos agentes económicos, em particular, da banca), mas falhou redondamente na análise micro. Ou seja, confundiu normas legais que se aplicam ao crédito a particulares (nomeadamente, as TAEG’s máximas definidas pelo Banco de Portugal, trimestralmente, no âmbito de crédito aos consumidores) com o crédito empresarial. São formas de crédito distintas em vários aspectos: intervenientes, finalidades, prazos, montantes, garantias, etc. Erro de palmatória para quem ocupa esse lugar.

- Segundo, à pergunta de José Gomes Ferreira sobre as principais dificuldades económicas para 2012, não fez qualquer referência ao principal flagelo que atingirá milhares de famílias, com as necessárias repercussões na economia doméstica (a base de qualquer sistema económico), ou seja: o desemprego. Em vez disso, referiu a tendência de evolução das taxas de juros, nomeadamente a Euribor, de não subida, salientando que isso será um alívio para grande parte das famílias. Não está em causa a veracidade deste último facto, mas ignorar o desemprego…

Moral da história: Quem sabe, muitas vezes não diz. E quem diz, muitas vezes não sabe.
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