
Nos últimos anos, vivemos enredados por propaganda feita de números manhosos, sob diversos pontos de vista. Primeiro, são números tramados porque reflectem as políticas farfalhadas que, mais cedo do que tarde, tínhamos de saber (embora alguns prefiram a fantasia de programas eleitorais cor de rosa). A porcaria debaixo do tapete é tanta que não cabe lá mais um pedaço de cotão, por mais ínfimo que seja. Depois, são números “azeiteiros”, ou seja, são como o azeite: a verdade vem sempre ao de cima… Uma verdade que andou maquilhada por carradas de tralha tecnológica. Foram tantos os choques que, agora, quem levará um grande choque é o Zé Povinho. Por fim, estes números traduzem as medidas físicas do Gigante, qual besta que parasita grande parte do povo português! Quem com ferro fere, com ferro será ferido…
A “troika”, termo de origem russa, encontra-se a trabalhar como mais ninguém neste rectângulo soube e sabe fazer. Se alguns pensavam que esses senhores vinham desfrutar de uns dias de férias, enganaram-se redondamente! No período pascal, se dúvidas ainda pudessem haver, dissiparam-se… Eles têm percorrido o terreno pantanoso das contas portuguesas para, assim, enfrentarem o Gigante. Nós, de forma cobarde, não tivemos coragem para fazê-lo sozinhos. Antes pelo contrário, fomos alimentando a gula dessa besta com milhares de milhões de euros emprestados para: PPP’s, auto-estradas para todo o lado, TGV’s e outras coisas ditas “modernas”. Aceitámos com miserável passividade a plutocracia reinante, cúmplice da gula do Gigante. Muitos ficaram, e continuam, deslumbrados com o espectáculo triste e só cretino. Agora, vamos ter de pagar a factura com os inevitáveis juros. C’est la vie!
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