“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de
felicidade”, esta frase de Carlos Drummond de Andrade pode aplicar-se ao
conteúdo deste filme de David O. Russell, sobretudo ao seu final, digno
candidato a oito Óscares da Academia de Hollywood.
O bom cinema tem, entre outras coisas, a faculdade de
proporcionar momentos de felicidade que vão para além de concursos de dança e
outros. Neste caso, a escrita de cartas de amor, à moda antiga, ocupa um lugar
central e, por sua vez, desata o nó final entre os dois principais personagens:
Pat, interpretado por Bradley Cooper e candidato a melhor actor; e Tiffany,
interpretada por Jennifer Lawrence igualmente nomeada para melhor actriz, para
mim, uma surpreendente revelação (neste fim-de-semana, vi outro filme com esta
jovem actriz, “Despojos de Inverno”, que abordarei mais tarde). Na história de “Guia
para um final feliz” (“Silver linings playbook”), a escrita serve como fuga. Ou
como aproximação, num mundo tecnologicamente dependente de outras formas de
expressão menos contemplativas. Um regresso às origens… O poder das palavras
escritas como guia para um final feliz. A minha avaliação (de 0 a 10): 8.
Adenda: sem esquecer o grande Robert De Niro, claro,
candidato a melhor actor secundário por via deste filme.
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