A generalidade da comunicação social portuguesa está de joelhos perante o Poder “socrático” (entenda-se: propaganda, mentira e incompetência). Só não vê quem não quer.
Texto do jornalista António Granado (O jornalismo de joelhos): “NENHUM jornal foi autorizado ontem a fazer fotografias da importante comunicação ao país do primeiro-ministro José Sócrates. A decisão foi, mais uma vez, só haver fotografias feitas pelo fotógrafo oficial do gabinete do primeiro-ministro, Ricardo Oliveira. Decisão inaceitável a todos os títulos, apesar de nenhum jornal se atrever hoje a referi-la. Alguns jornais escondem mesmo tratar-se de fotos oficiais – o Público assina a foto como sendo da AFP, o Correio da Manhã como sendo da Lusa. Uma “conferência de imprensa” (como lhe chamou o primeiro-ministro) sem fotógrafos (e já agora sem perguntas) é uma conferência de imprensa? Ou apenas a confirmação de que o jornalismo português está de joelhos?”
Nota final do editorial do Jornal de Negócios, de Pedro Santos Guerreiro (Feliz ano novo): "todos os jornais cometem erros e são manipuláveis por fontes. O Negócios também já errou e errará. Mas houve desinformação gritante nos últimos dias, com exagero claro de medidas de austeridade, o que teve beneficiários. Como é verificável, o Negócios deu em primeira mão muitas medidas, incluindo o próprio pedido de ajuda. Não demos tudo o que agora se sabe. Mas não falhámos nada. À cumplicidade com as fontes preferimos a cumplicidade com os leitores. E assim não os enganámos."
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