domingo, 8 de julho de 2012

Série - Partilhado: Cisne negro (Black swan)


Só tive oportunidade de ver este filme durante o presente fim-de-semana e fiquei deveras (bem) impressionado. Aliás, se tivesse de resumir este filme, realizado por Darren Aronofsky, numa só palavra escolheria: impressionante. Embora soubesse dos diversos prémios atribuídos, nem sempre são um bom indicador, não tinha grandes expectativas. Felizmente, fui positivamente surpreendido, sobretudo por Natalie Portman (The swan queen) e Vincent Cassel (The gentleman?!), sem esquecer o argumento e a realização, claro. Vamos por partes.

Portman tem uma personagem muito dura, física e psicologicamente, para encarnar (ou “desencarnar”). As sucessivas auto-mutilações acompanhadas pelos delírios depressivos acentuam-lhe os problemas de dupla personalidade em que me parece ter vivido: por um lado, um mundo de perfeição, um dos significados da cor branca, que pretendia atingir na sua grande (e maternal) paixão, o bailado; por outro, um mundo interior denso e complexo, um dos significados para a cor negra. Nesta película, destaco igualmente a boa representação do francês Vincent Cassel, após um longo interregno de papéis fracos desde o polémico e arrepiante “Irreversível” (realizado por Gaspar Noé, em que contracena com a sua belíssima mulher: Monica Bellucci), filme que vi no cinema King, em Lisboa, e que jamais esquecerei!... 

O argumento aborda de forma incisiva vários temas das sociedades modernas, destaco: as elevadas exigências profissionais (por exemplo, no papel de Cassel) e competitivas (entre as diversas bailarinas), gerando situações extremas nas relações interpessoais e no equilíbrio emocional individual. Darren Aronofsky desenrola o argumento com planos que quase perseguem os personagens ou os seus movimentos, no palco ou fora dele. Em suma, um filme muito interessante (e impressionante). A minha avaliação (de 0 a 10): 8,5.

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