Só
tive oportunidade de ver este filme durante o presente fim-de-semana e fiquei
deveras (bem) impressionado. Aliás, se tivesse de resumir este filme, realizado
por Darren Aronofsky, numa só palavra escolheria: impressionante. Embora
soubesse dos diversos prémios atribuídos, nem sempre são um bom indicador, não
tinha grandes expectativas. Felizmente, fui positivamente surpreendido,
sobretudo por Natalie Portman (The swan queen) e Vincent Cassel (The gentleman?!),
sem esquecer o argumento e a realização, claro. Vamos por partes.
Portman tem
uma personagem muito dura, física e psicologicamente, para encarnar (ou “desencarnar”).
As sucessivas auto-mutilações acompanhadas pelos delírios depressivos
acentuam-lhe os problemas de dupla personalidade em que me parece ter vivido: por
um lado, um mundo de perfeição, um dos significados da cor branca, que
pretendia atingir na sua grande (e maternal) paixão, o bailado; por outro, um
mundo interior denso e complexo, um dos significados para a cor negra. Nesta
película, destaco igualmente a boa representação do francês Vincent Cassel,
após um longo interregno de papéis fracos desde o polémico e arrepiante “Irreversível”
(realizado por Gaspar Noé, em que contracena com a sua belíssima mulher: Monica
Bellucci), filme que vi no cinema King, em Lisboa, e que jamais esquecerei!...
O argumento aborda de forma incisiva vários temas das sociedades modernas,
destaco: as elevadas exigências profissionais (por exemplo, no papel de Cassel)
e competitivas (entre as diversas bailarinas), gerando situações extremas nas
relações interpessoais e no equilíbrio emocional individual. Darren Aronofsky
desenrola o argumento com planos que quase perseguem os personagens ou os seus
movimentos, no palco ou fora dele. Em suma, um filme muito interessante (e
impressionante). A minha avaliação (de 0 a 10): 8,5.
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