Postal enviado pelo meu pai, em 1984, durante uma das
várias viagens à cidade dos anjos.
terça-feira, 31 de julho de 2012
domingo, 22 de julho de 2012
Série - Filmes: 127 horas
127 horas de
sofrimento filmadas por Danny Boyle, em pouco mais de 90 minutos. Todos os
segundos contam… O genérico inicial “dispara” várias imagens de um mundo
frenético: multidões em constante movimento. São momentos definidores de um
cineasta de vanguarda (quem não se lembra de “Quem quer ser bilionário/Slumdog
millionaire?”). Depois, o filme explora os limites da sobrevivência humana,
baseado na história verídica de Aron Ralston (bem interpretado por James
Franco).
O Homem. A
natureza. A evasão. O prazer. O azar. A sorte. A solidão. O desespero. A força. A luta. O
engenho. A libertação. Estes são alguns dos ingredientes deste filme muito bom.
A minha avaliação (de 0 a 10): 8.
domingo, 15 de julho de 2012
Série - Filmes: A árvore da vida
É preciso ter estômago para aguentar este filme (“The
tree of life”, título original) pois trata-se de um filme muito duro e, mais
ainda, estranho… Obra cinematográfica de 2011 que só tive oportunidade de vê-la
durante o presente fim-de-semana. Aliás, ao ver este filme de Terrence Malick, recordei-me
de idênticas sensações quando, há mais de 10 anos, vi “A barreira invisível” (“The
thin red line”) do mesmo realizador, uma história de guerra sobre o conflito de
Guadalcanal. Na altura, desloquei-me de Évora a Lisboa para ver essa película
no cinema S. Jorge, motivado por uma crítica interessante que tinha lido num
jornal.
“A árvore da vida” é um filme estranho porque tem poucas
palavras (diálogos) e algumas partes narradas, passando-se longos minutos sem
umas nem outras, necessariamente. Em contrapartida, Malick explora a força das
imagens com muitos planos corridos ou de perspectiva (normalmente, de baixo
para cima). A excelência da fotografia.
Além disso, a dureza da película relaciona-se: por um
lado, com o ultra-conservadorismo religioso tão característico do interior
norte-americano (neste caso, texano), na década de 1950; e, por outro, com o
sentimento de perda e respectivas questões existenciais que isso gera no seio
familiar. A rigidez religiosa é personificada de forma exacerbada em Mr. O’Brien
(Brad Pitt), pai de três filhos a quem impele uma educação ultra-autoritária. Essa
educação tem um contra-peso submisso e silencioso na figura da mãe, Mrs. O’Brien
(Jessica Chastain), excepto na ausência do patriarca. Nesses momentos de
ausência desenrolam-se ambientes de pura fuga e alegria, aproveitados como
catarses emocionais. Nas interpretações, destaco as expressões de Hunter
McCracken (o filho Jack) ao longo de várias cenas, sobretudo com os seus
olhares desconfiados e perturbados. Por sua vez, Sean Penn tem uma presença
fugaz, silenciosa e em constante fuga (ou procura).
Em conclusão, admito que não é um filme fácil de
aguentar e de interpretar/aceitar. Mais, é uma película nada convencional (ou
comercial) repleta de múltiplas técnicas originais (ou experimentais). Para mim,
isso torna-a muito marcante. É um tipo de cinema de que gosto particularmente.
A minha avaliação (de 0 a 10): 9.
domingo, 8 de julho de 2012
Série - Partilhado: Cisne negro (Black swan)
Só
tive oportunidade de ver este filme durante o presente fim-de-semana e fiquei
deveras (bem) impressionado. Aliás, se tivesse de resumir este filme, realizado
por Darren Aronofsky, numa só palavra escolheria: impressionante. Embora
soubesse dos diversos prémios atribuídos, nem sempre são um bom indicador, não
tinha grandes expectativas. Felizmente, fui positivamente surpreendido,
sobretudo por Natalie Portman (The swan queen) e Vincent Cassel (The gentleman?!),
sem esquecer o argumento e a realização, claro. Vamos por partes.
Portman tem
uma personagem muito dura, física e psicologicamente, para encarnar (ou “desencarnar”).
As sucessivas auto-mutilações acompanhadas pelos delírios depressivos
acentuam-lhe os problemas de dupla personalidade em que me parece ter vivido: por
um lado, um mundo de perfeição, um dos significados da cor branca, que
pretendia atingir na sua grande (e maternal) paixão, o bailado; por outro, um
mundo interior denso e complexo, um dos significados para a cor negra. Nesta
película, destaco igualmente a boa representação do francês Vincent Cassel,
após um longo interregno de papéis fracos desde o polémico e arrepiante “Irreversível”
(realizado por Gaspar Noé, em que contracena com a sua belíssima mulher: Monica
Bellucci), filme que vi no cinema King, em Lisboa, e que jamais esquecerei!...
O argumento aborda de forma incisiva vários temas das sociedades modernas,
destaco: as elevadas exigências profissionais (por exemplo, no papel de Cassel)
e competitivas (entre as diversas bailarinas), gerando situações extremas nas
relações interpessoais e no equilíbrio emocional individual. Darren Aronofsky
desenrola o argumento com planos que quase perseguem os personagens ou os seus
movimentos, no palco ou fora dele. Em suma, um filme muito interessante (e
impressionante). A minha avaliação (de 0 a 10): 8,5.
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