Wes Anderson
pertence a uma geração de cineastas em plena fase de afirmação, no caso dele já
com nomeações para Óscar de melhor argumento original. No futuro, prevê-se que
a fasquia fique ainda mais elevada. “O Grande Hotel Budapeste” confirma essa
tendência e só posso escrever que dei por muito bem empregue o tempo
agradavelmente desfrutado.
“O Grande
Hotel Budapeste” (“The Grand Budapest Hotel”), de 2014, relata as aventuras e
desventuras de um concierge (M. Gustave, interpretado por Ralph Fiennes) e um
moço de recados (Zero Moustafa, interpretado por Tony Revolori) de um famoso
hotel numa qualquer Europa imaginária. Europa imaginária e ocupada pelo poder
de um regime nazi imaginário. A alegoria está bem presente e assente em
diversas componentes artísticas muito interessantes, nomeadamente: argumento
humorado e requintado; qualidade de planos/imagens; e, por fim, pela excelência
do elenco (Ralph Fiennes, Willem Dafoe, Jeff Goldblum, Harvey Keitel, Jude Law,
Bill Murray, Edward Norton, Owen Wilson, entre outros). Senti uma espécie de
confronto entre, por um lado, as forças aliadas e, por outro, as forças do
eixo. Além disso, vi uma Europa imaginária, ou talvez não, decadente… A amizade
genuína é o denominador comum entre os dois principais personagens, sendo a
principal arma (vencedora) contra a tirania das forças do mal.
Por fim,
resta destacar a componente sonora, bem escolhida, que acompanha a alegoria
deste argumento adaptado do autor austríaco Stefan Zweig. Por tudo isto, Wes
Anderson merece uma nota artística perto da excelência. A minha avaliação (de 0
a 10): 8,5.